Parte 2 — Depressão é doença: sintomas, critérios e impacto no cérebro
- Andressa Estauber
- 28 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de ago.
O curso de vida de uma pessoa com transtorno depressivo maior é diferente também porque o cérebro está afetado.
Alterações químicas e estruturais acontecem, impactando diretamente a forma como a pessoa pensa, sente e age.
Por isso, a depressão precisa ser reconhecida como uma condição médica, que exige tratamento adequado.
Em muitos casos, o acompanhamento psiquiátrico e o uso de medicação são fundamentais para o manejo do quadro, não por fraqueza, mas porque há desequilíbrios reais acontecendo no organismo.
Critérios diagnósticos
Para que o diagnóstico de depressão seja feito, é preciso que a pessoa apresente pelo menos cinco sintomas, sendo obrigatoriamente um deles: humor deprimido ou anedonia (ou os dois). Esses sintomas precisam estar presentes na maior parte dos dias por pelo menos duas semanas.
Humor deprimido não é simplesmente tristeza. É uma sensação persistente de abatimento, vazio, desesperança. A pessoa fica mais lenta, mais passiva, com pouca ou nenhuma energia emocional. É um estado que se arrasta por dias e não melhora com descanso ou distrações.
Anedonia é a perda do interesse e do prazer por coisas que antes faziam sentido: conversar com alguém, se arrumar, praticar um hobby, comer algo gostoso. A pessoa sente como se nada mais tivesse graça, como se tudo estivesse distante.
Além desses dois sintomas principais, outros sinais podem aparecer:
Cansaço excessivo, mesmo após pouco esforço
Alterações no sono (insônia ou sono em excesso)
Perda ou aumento do apetite
Sentimento constante de culpa, menos valia, inferioridade
Autoestima rebaixada
Dificuldade de concentração
Pensamentos negativos recorrentes
Agitação ou lentidão psicomotora
Pensamentos suicidas
Sobre os pensamentos suicidas
Nem sempre o pensamento suicida aparece com clareza.
Às vezes, vem como um cansaço da existência, um pensamento como: se eu não acordasse mais, tudo bem.
Em outras situações, existe um desejo de morrer, mesmo sem intenção concreta.
E em casos mais graves, há planejamento ou tentativa.
Estudos indicam que até 15% das pessoas com depressão morrem por suicídio, o que reforça a gravidade do quadro.
Mais do que produtividade, é sobre sobrevivência
A depressão compromete o funcionamento básico da vida.
Não se trata de falta de produtividade. Se trata de esforço para fazer o mínimo: se alimentar, cuidar da higiene, buscar contato humano, sair de casa.
É uma tentativa diária de manter-se minimamente funcional, mesmo quando tudo parece pesado demais.
Falar sobre depressão é, também, uma forma de romper o silêncio e dar nome ao que muitas pessoas vivem, mas nem sempre conseguem explicar.
E reconhecer esse sofrimento pode ser o primeiro passo para buscar ajuda e caminhar rumo ao cuidado.
Depressão não é tudo igual. Existem diferentes formas de manifestação, com sintomas específicos.
Comentários