O que é a Terapia Focada na Compaixão (TFC)?
- Andressa Estauber
- 15 de jul.
- 3 min de leitura
A Terapia Focada na Compaixão (TFC) é uma abordagem psicoterapêutica baseada em evidências, desenvolvida por Paul Gilbert, que integra conhecimentos da Psicologia Evolucionista, Teoria do Apego, práticas contemplativas e técnicas da terapia cognitivo-comportamental.
Para a TFC, compaixão é definida como:
“Sensibilidade ao sofrimento, com comprometimento em tentar aliviá-lo e preveni-lo.” (Gilbert, 2021)
Seu principal objetivo é ajudar as pessoas a lidarem com sentimentos de vergonha, autocrítica excessiva e dureza interna por meio do desenvolvimento da compaixão por si e pelos outros.
Autocompaixão: uma motivação, não uma emoção
Na TFC, a autocompaixão não é entendida como uma emoção passageira, e sim como uma motivação ativa.
Autocompaixão não é apenas algo que se sente, é algo que move, uma motivação, não uma emoção.
Ela nos leva a fazer perguntas como:
“O que eu preciso agora para me sentir melhor?”
“Como posso me apoiar e me proporcionar isso?”
Essa prática ajuda a suavizar e até mesmo desapegar da autocrítica severa e a reduzir o peso da vergonha. Ao cultivarmos um olhar mais gentil sobre nós mesmos, desenvolvemos um “eu” mais equilibrado, presente e acolhedor diante das dificuldades.
Autocompaixão não é autopiedade
É comum que as pessoas confundam autocompaixão com autopiedade, mas elas são muito diferentes:
Autocompaixão: é conexão, cuidado e movimento. Ajuda a aceitar as imperfeições e a complexidade da vida com gentileza.
Autopiedade: é sentir pena de si mesmo, o que muitas vezes leva à estagnação e ao isolamento.
Enquanto a autopiedade nos afasta da ação, a autocompaixão nos encoraja a seguir em frente com mais consciência e apoio interno.
Por que praticar a autocompaixão?
1. Acolhimento nas dificuldades
A autocompaixão nos ajuda a reconhecer nossas dores com presença, sem reprimir ou ignorar. Ela oferece um espaço interno de cuidado e acolhimento, essencial para lidar com emoções difíceis.
2. Diminuição da autocrítica
Ao olharmos para nós mesmos com um olhar gentil, conseguimos reduzir o peso das cobranças internas. Podemos errar sem nos desvalorizar e isso nos fortalece emocionalmente.
3. Motivação para o cuidado
A autocompaixão não é passividade. Ela nos motiva a mudar, mas sempre a partir de um lugar de respeito, e não de punição. Em vez de nos fixarmos em falhas, aprendemos a perguntar: “O que eu posso fazer por mim agora?”
4. Reconhecimento da humanidade comum
Sofrimento, erros e dificuldades fazem parte da experiência humana. Quando entendemos isso, nos sentimos menos sozinhos e mais conectados com os outros.
5. Aceitação e presença
Aceitar nossas lutas é um passo essencial para cultivar um bom relacionamento com nós mesmos. A autocompaixão nos ajuda a ficar com o que sentimos, com menos julgamento e mais apoio.
A autocompaixão aguerrida
A autocompaixão também pode ser firme. Ela nos encoraja a mudar o que não nos faz bem, mas sempre com amor e cuidado.
É sobre reconhecer nossas necessidades com coragem e agir a favor de nós mesmos, sem ceder à dureza da crítica interna.
Base científica da TFC
A Terapia Focada na Compaixão conta com sólido respaldo científico. Diversos estudos comprovam sua eficácia em:
Reduzir a autocrítica e os sentimentos de vergonha
Melhorar a autoestima e a saúde emocional
Aumentar o bem-estar psicológico
Fortalecer a regulação emocional e a resiliência
É uma abordagem especialmente eficaz para pessoas que lutam com culpa, medo de julgamento e dificuldade de aceitar ajuda.
Se conectar consigo com mais gentileza
Se você se identifica com esses temas, ou se tem interesse em conhecer melhor a TFC, sinta-se à vontade para entrar em contato. Estou aqui para apoiar sua jornada de autoconhecimento e desenvolvimento com presença, coragem e compaixão.
Referência e inspiração
Este conteúdo foi inspirado em uma palestra de Kristin Neff, autora e palestrante reconhecida internacionalmente por seu trabalho pioneiro sobre autocompaixão.
Suas contribuições ajudaram a consolidar esse tema como uma prática acessível e transformadora, tanto no campo da psicologia quanto no cotidiano de quem busca se relacionar consigo com mais presença e gentileza.
Espero que faça sentido pra ti e obrigada pelo teu tempo dedicado a esta leitura.
Com amor,
Andressa Estauber, psicóloga CRP 07/27421






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